A Orquestra à Base de Sopro do Conservatório de Música Popular Brasileira e o Coro da Camerata Antiqua de Curitiba estiveram juntos no mesmo palco durante a 34ª Oficina de Música de Curitiba. O encontro aconteceu no domingo 10/1, às 16h, na Capela Santa Maria, trazendo um repertório de composições brasileiras que transitam entre o erudito e o popular, com direção musical de Mara Campos e Sérgio Albach.
Este encontro do Coro da Camerata com a orquestra curitibana de música popular brasileira se deu pela primeira vez em outubro do ano passado. O público terá agora a oportunidade de rever essa parceria, que proporciona um espetáculo surpreendente pela qualidade e pela presença no palco de 35 cantores e instrumentistas.
Segundo Sérgio Albach, diretor artístico da Orquestra À Base de Sopro (OABS), o programa é resultado do que os grupos já vêm trabalhando. “O Coro sempre deu margem para repertórios que envolvem compositores brasileiros e com características populares, assim como a OABS nos últimos anos tem se aprofundado em músicas que não são populares nem eruditas. Neste programa, os compositores envolvidos trabalham com essa característica”, lembra Sérgio.
Mara Campos conta que a ideia de reunir os dois conjuntos se deu assim que assumiu a direção do Coro da Camerata, em março de 2015, já que conhecia de longa data o trabalho de Sérgio Albach. “Para o coro, esse concerto é uma experiência muito significativa do ponto de vista estético”. O espetáculo tem um repertório realmente diferenciado, sendo que obras foram compostas especialmente para essa ocasião. “Fomos contemplados por autores e arranjadores, alguns deles estiveram presentes, acompanharam os ensaios. Foi um trabalho renovador e estimulante”.
As apresentações começaram com Henrique Morozowicz, com sua obra consagrada “Evocação das Montanhas”, gravada em 1982 por Milton Nascimento. Na seqüência, três obras que formam uma pequena suíte de Edmundo Villani-Côrtes. São trabalhos já conhecidos do coro e que foram ampliados para a participação dos sopros a partir da obra original. São elas: Papagaio Azul, Valsinha de Roda e o Frevo Fugato.
Etel Frota (no alto, a direita), durante a apresentação da composição de Davi Sartori, inspirada em sua obra.
Segue uma valsa de André Mehmari executada pela OABS – “Passeio”, obra dedicada à orquestra, inspirada no Passeio Público de Curitiba, que remete às clássicas valsas populares do século XIX. Mehmari é um multi-instrumentista e um dos compositores brasileiros mais requisitados da atualidade. Outra obra de sua autoria é “Espírito Santo” (que teve em outubro a sua primeira audição mundial). Nesta peça entra a parceria com a poetisa Etel Frota, presente em mais duas obras do concerto: “Dolor”, parceria com Iso Fischer e arranjo de Vicente Ribeiro e “A Lenda do Uakti” (primeira audição mundial), de Davi Sartori.
Fonte texto: http://www.oficinademusica.org.br/
Fotos: Gilson Camargo