Esta oficina tem a intenção de difundir a forma de tocar bateria desenvolvida durante décadas por bateristas como Luciano Perrone, Valfrido Silva, Sut e tantos outros. No gênero choro, foram discutidos aspectos que diferenciam sua execução da execução do samba e mais ainda do maxixe, da polca e da valsa brasileira, abordando questões técnicas na execução dos ritmos com escovas e baquetas.
Se prestarmos atenção, veremos que a grande maioria dos gêneros brasileiros de música se caracteriza pelo batuque. No final dos anos 50, com o surgimento da bossa nova e sob a influência dos grupos de jazz norte-americanos, mudou-se a maneira de tocar o samba na bateria utilizando-se o prato para a condução do ritmo. Até então isto era feito na pele dos tambores, com diferentes combinações, mas a partir daí foi deixado de lado um estilo de performance original e genuinamente brasileiro. Nossa intenção é mostrar as variadas possibilidades rítmicas consagradas ou que foram desenvolvidas por nós em torno deste assunto.
Oscar Bolão é um dos mais importantes nomes da percussão brasileira. Iniciou-se profissionalmente em 1974, no conjunto “Coisas Nossas”, realizando extensa pesquisa sobre a música brasileira dos anos 20 e 30. Considerado o único seguidor do estilo de bateria criado por Luciano Perrone, em 40 anos de atividades trabalhou com grandes artistas da nossa música como Elizeth Cardoso e Ney Matogrosso. Integra o Novo Quinteto, criado nos mesmos moldes do quinteto de Radamés Gnattali, a Orquestra Pixinguinha, que desde 1988 tem remontado os arranjos originais do mestre do choro, a Banda de Câmara Anacleto de Medeiros e ainda o Coreto Urbano e o Pife Muderno, ambos dirigidos pelo flautista e saxofonista Carlos Malta. Participa intensamente de festivais de música bem como realiza oficinas e palestras no Brasil e no exterior. Em 2004 lançou pela Lumiar Editora o livro Batuque é um Privilégio, que trata da percussão nos gêneros de música do Rio de Janeiro.
Fonte texto: http://www.oficinademusica.org.br/
Fotos: Gilson Camargo